sábado, 8 de agosto de 2009

ENTREVISTA COM TÂNIA LIMA DA UBV

Leia a entrevista feita pelo Blog do JOTACÊ, um excelente blog para quem coleciona DVDs.














Foto da sujeita Diretora, Tânia.

Tânia Lima é Diretora Executiva da União Brasileira de Vídeo, que falou sobre pirataria, locação, mercado de venda direta, importância dos colecionadores e a polêmica campanha contra a pirataria em DVDs originais.


Abaixo a entrevista, gentilmente concedida através de e-mail:


BJC -A UBV é uma entidade muito importante para o mercado de Home Vídeo no Brasil e para todas as empresas que fazem parte dele. Como ela está vendo a queda no faturamento do mercado de locação, apesar do aumento significativo de players de DVD nos lares dos brasileiros nos últimos anos? Para a UBV, qual a causa deste efeito?

Tânia Lima – A UBV e suas associadas sempre ficam muito atentas a qualquer movimento de mercado, principalmente quando se trata de locadoras, porque faz parte da nossa história a parceria constante com as mesmas.

A retração das vendas para o mercado de locação é resultado de muitos fatores. Se pudéssemos enumerar ou priorizar eu diria que três fatores foram decisivos para acentuar a queda das locações:

1. Pirataria

2. Falta de tempo dos consumidores (hoje o que existe de mais precioso é o tempo das pessoas – principalmente o tempo livre – e este está escasso).

3. Várias formas alternativas de entretenimento à disposição do consumidor (aumento da penetração da internet, futebol na TV, crescimento da base de assinantes da TV por assinatura, cinema, bares, restaurantes, baladas, etc).


BJC - Com o mercado de rental em declínio e a pirataria desenfreada cada vez mais colaborando para que a situação do Home Video piore no nosso país, como a UBV se relaciona com o mercado para venda direta e qual a importância dos colecionadores (únicos interessados em um produto original e de qualidade) neste mercado?

Tânia Lima – Enquanto crescia a venda de players de DVD e com o desenvolvimento e incremento da internet, na mesma proporção crescia a pirataria e acabamos por ser vítimas da própria tecnologia da qual dependemos tanto. No passado uma fita pirata de VHS para ter uma qualidade razoável demorava duas horas para ser reproduzida no “back to back”. Se fosse copiada em hi-speed, a qualidade ficava ainda muito pior. As fitas piratas só existiam dentro de poucas locadoras. Com o DVD, a reprodução é absurdamente rápida, e a disponibilidade mais absurda ainda, uma vez que os ambulantes estão em cada esquina, quando não, em frente às locadoras.

Neste período também, digamos que de 2007 prá cá, o aumento de consumidores que compram e colecionam DVDs aumentou e muito. Esta conclusão vem dos próprios números de mercado, uma vez que acompanhamos mensalmente as vendas para locadoras (rental) e as vendas para os consumidores (sell through, ou sellthru). Isto também é uma mudança de perfil e hábitos de consumo. Muitos consumidores passaram a ser colecionadores fiéis.


BJC - Em outros países o produto original é tratado como diferencial de mercado e muito valorizado pelas produtoras. Como uma atitude semelhante pode ajudar o mercado de Home Vídeo no Brasil? E como a UBV pode colaborar com isso?

Tânia Lima – O produto original tem forte apelo pelo conteúdo diferenciado com extras e pela própria apresentação e acabamento da mídia, com estampa no DVD, rótulo, informações, fotos, etc.

As distribuidoras, dentro das janelas específicas, disponibilizam seus produtos primeiro para as locadoras e posteriormente para o consumidor final, com políticas comerciais diferenciadas.

O que não podemos esquecer é o fator cultural, onde muitos consumidores infelizmente preferem ter uma vantagem indevida (compra de produtos na pirataria) do que um beneficio diferenciado (produto original). O trabalho da UBV é ajudar a conscientizar a população.

Entendemos que o Blu-Ray é e será um forte aliado na redução expressiva da pirataria, uma vez que esta mídia impede a reprodução dos produtos. A UBV quer divulgar e disseminar esta nova tecnologia o mais rápido possível, seja através de parcerias, comunicação ou qualquer outra forma de colaboração na divulgação do novo formato.

Ao mesmo tempo, o aumento do parque de aparelhos de televisão de maior qualidade em todos os segmentos da sociedade poderá desincentivar o consumo de produtos piratas que tem baixa qualidade de som e imagem.


BJC - A UBV sempre combateu a pirataria e os produtos não legalizados (atitude que também é apoiada pelos colecionadores). Mas o que a entidade tem feito para fiscalizar e controlar a qualidade dos produtos originais no país (por exemplo: formatos de tela mutilados, ausência de legendas nos extras e descontinuidade no lançamento de séries)?

Tânia Lima – Aproveitamos esta entrevista para esclarecer que não é função da UBV fiscalizar a pirataria. Nós auxiliamos no combate com serviços de informações e denúncias. Não temos poder de polícia para fiscalizar, apreender mercadorias ou prender pessoas. Temos canais de denúncias – pelo próprio site www.ubv.org.br e pelo 0800-113941. Repassamos estas informações à APCM – Associação Anti-pirataria Cinema e Música, entidade responsável pelas ações legais visando a repressão da pirataria junto às autoridades competentes.

Em essência a UBV faz um trabalho político, com acompanhamento de leis, frequentes visitas à Brasília, ao CNCP – Conselho Nacional de Combate à Pirataria, no Ministério da Justiça, prefeituras e todas as autoridades que possam, estas sim, cumprir seu dever legal de reprimir e combater à pirataria.

Quanto a qualidade e formato dos produtos, quando alguma reclamação eventualmente aparece, repassamos todas as opiniões, protestos, contrariedades e sugestões dos consumidores que nos procuram às respectivas distribuidoras, que tem tido um papel pro-ativo na solução de problemas, que são pontuais e em quantidade inexpressiva.

Vale ressaltar que no caso de séries, muitas foram descontinuadas em função do alto preço de registro de Condecine. As séries de TV têm vendas limitadas, e as vezes com o número crescente de temporadas, as vendas podem reduzir em relação às primeiras lançadas. Como a Condecine registro (Tributo pago à Ancine) das séries são cobradas “por capítulo”, isso na maioria das vezes inviabiliza a continuidade de comercialização, quando o nível de vendas fica menor. É o mesmo que acontece com a renovação de catálogo. Um produto de catálogo deve ter a Condecine (registro) renovada depois de 05 (cinco) anos e então é cobrada a mesma tributação de um lançamento. Ou seja, muitos produtos deixam de ser comercializados, o que abre mais uma porta para a pirataria. Neste caso a tributação da Ancine é mais um fator de exclusão do consumidor brasileiro de filmes de nicho, clássicos e catálogos, tudo a favorecer o pirata. Para a locadora, o catálogo também é uma fonte interessante de receita que com o tempo foi sendo pulverizada pelo modelo perverso de tributação.


BJC - A campanha contra os DVDs piratas inserida em produtos originais é muito polêmica entre os colecionadores brasileiros. Qual foi a intenção da UBV em vincular tal campanha, para um público que já é esclarecido e que valoriza o original?

Tânia Lima – A polemização foi fundamental para a divulgação da campanha. Tudo o que é morno é morto, não marca, é esquecido.

O público de DVDs que consome produtos originais, muitas vezes também consome produtos piratas, isto é fato, mas o que deve ser ressaltado é que o projeto não foi desenvolvido tendo como escopo apenas a inserção dos filmes nos DVDs. A campanha foi altamente divulgada nas salas de cinema de todo o país através de uma ótima parceria que tivemos com a FAC – Fórum do Audiovisual e Cinema, que teve um empenho fortíssimo na divulgação. Tivemos também parceria com as TVs, aberta e a cabo. Enfim, a divulgação foi ampla para atingir ao maior número de consumidores possíveis.


BJC - A entidade já pensa em alguma outra campanha ou forma de valorizar o produto orginal no país? Como será?

Tânia Lima – Já temos uma campanha em vigor desde o final do ano passado, que é o Video Legal, que está fortalecendo a cada mês. Começamos com um trabalho de valorização das locadoras legais, onde as distribuidoras participantes da campanha oferecem benefícios únicos e exclusivos à estas lojas. Em paralelo são criados concursos e premiações aos consumidores que utilizam as mesmas lojas. Hoje temos aproximadamente 1.600 locadoras participantes do programa e a tendência é que as distribuidoras invistam cada vez mais nestas lojas que só trabalham com produtos originais e também desenvolvam benefícios para os consumidores que alugam ou compram produtos destas lojas.

Todas as ações podem ser acompanhadas através do site www.videolegal.org.br. No site também divulgamos os lançamentos do mês em rental e sellthru, os mais procurados, trailers dos produtos, notícias do setor, e todos os produtos disponibilizados em Blu-Ray.



ESSA TÂNIA É MUITO SEM NOÇÃO, NEM DA CADEIRA SAI E SÓ FALA BABOSEIRA.

SÓ FALTOU ESCLARECER MELHOR ISSO:

A UBV SERVE PARA QUE MESMO?


Link para o JOTACÊ, vale a pena uma olhada.


PS.: COMENTAREI SOBRE CADA PERGUNTA RESPONDIDA POR ELA NA SEGUNDA-FEIRA.

6 comentários:

Anônimo disse...

Essa tânia realmente não faz nada para o mercado de Home vídeo. Total desocupada!

Charles disse...

blog inutil!

PIRATARIA NUNCA MAIS disse...

Só quem defende a pirataria que deve estar achando, Charles.

Obg pelo comentário!

Evaldo disse...

Muito bom esse Blog. Vê se atualiza sempre mais, trazendo mais informações para nós.

Unknown disse...

Concordo com o Evaldo, temos que se manter informado sobre a pirataria!

PIRATARIA NUNCA MAIS disse...

Isso mesmo, Dinho.
Obg pelo comentário.